sábado, 15 de outubro de 2011

O homem da city


            Comendo o tempo em tuas cornijas
            encatados roofs, noble pavements, 
            [cheerful pubs, delicatessen
crumpets, a glass of bitter, cap and
[gown...  don’t cry, don’t cry!
            (A última elegia – Vinícius de Moraes)

I don’t know all the things I am! 

Lembro orgias do tempo planejado,
Pela noite extensa labirinto.
As cores somem no jato jorrado,
de repente, prorrogo o que sinto.

What do I know about me?
I am a man in the city.
Is there a city in my acme?
I just depend on ambiguity…

A cidade molda em mim o instinto,
nas curvas das ruas me vejo zoado.
Correm as sentinelas que pressinto
e me tomo num mundo perturbado.

I try to speak with people
‘cause I need loving care and attention.
No one can leave one’s own castle, 
And everybody lets me off with a caution.

Não há gente pra salvar a alma pobre,
esperam que só o tempo a  manobre.
Atiram no absurdo esperança...

I am what is left in the fridge,
My secrets are in the distant eyes.
The world is a knife with a sharp edge,
And I wait for its glad eyes.

No céu, miro a cortante estrela
e cedo ou tarde hei de temê-la.
Só tenho certeza de uma herança...

I don’t know all the things I am!  

Poema de Sinval M. S. Filho. In: FILHO, S. M. S. Poemas da vez. Porto Alegre: Shan, 2006, p. 5. 

5 comentários:

  1. Sinval, Muito bom o seu poema. Parabéns!!!!!!!
    Abraços, Moisés.

    ResponderExcluir
  2. "Lembro orgias no tempo planejado...

    I am what is left in the fridge"

    Sou assim tb.

    Miss u, Sinval! :)

    ResponderExcluir
  3. parabens pelo blog eu estou postando para minha tia ela manda beijos e abraços.

    moises e luzia.

    ResponderExcluir
  4. Parabéns, Sinval, ficou ótimo e o poema, como sempre, é maravilhoso. bjs.

    ResponderExcluir
  5. Sinval, Parabéns, como sempre BRILHANDO.
    Acadêmica Solitária

    ResponderExcluir